Cá Dalacroce/
Eileen, O Despertar de um Anjo, 191p
ISBN: 978-85-65084-01-7
Bremen Editora Ltda.
Gênero: Ficção
1a Edição – Goiânia,
2011
Eileen, O Despertar de um Anjo é o primeiro livro da saga, cuja personagem principal é uma garota anjo apaixonadamente determinada, de personalidade forte temperada com um sarcasmo mordaz e cativante, vive as angústias e dualidades características dos homens comuns, ao se ver diante de novas perspectivas que jamais suspeitava serem possíveis
Nesta literatura fantástica, tão cativante e envolvente quanto Avatar e Harry Potter, o leitor irá conhecer o mundo de Carbet, onde criaturas mitológicas e seres alados se juntam em busca das acepções que poderão lhes abrir portais dimensionais.
“Oi, sou muito fã do seu livro Eileen, uma ficção muito boa com romance, e queria muito saber se você vai fazer uma continuação. Estou ansiosa para isso”.
Daniela Oliveira
“Sou fã do livro, li animado com a história, o enredo, os personagens, a construção da história é perfeita. E a continuação do livro meu Deus, quando vem?”
Hiago Mesquita
“Eu adoro a Eileen!!! O livro é cheio de aventuras, romance, ação… Se tornou o meu livro favorito… Espero que a continuação venha em breve!”
Alice Santi
“Adoro ler um bom livro que tenha uma boa medida de romance e ação, uma aventura envolvente. Estou esperando ansiosamente pelo próximo livro. #eileen”
Mariana Victoria
“Aiii amoooo esse livro. Estou ansiosa para a continuação… Parabéns pelo livro, amei a história!”
Débora Muriel
Deguste trechos do livro do seu interesse.
Recepção hostil
Estávamos a caminho de Ardis, em busca da pequenina e dócil menina que refletia em um dos pequenos espelhos que Edric carregava pendurados ao pescoço. Olhando-a jamais se poderia imaginar que por trás de tanta inocência se escondia uma astuciosa serpente. Durante o trajeto, continuei mantendo distância do luzido, enquanto ele pensava coisas como “Porque uma lúrida? Eu devo estar ficando louco…” Ele já estava me irritando com isso e com aqueles olhares de soslaio que me fitavam o tempo todo, tentando sem sucesso ser discreto.
O sol já estava se pondo no horizonte, e isso não era um bom presságio na minha opinião, pois entrar em um ninho de serpentes a noite e aparentemente sem ser convidado, era o mesmo que chegarmos lá nos oferecendo como jantar. Conforme o sol se escondia entre as árvores a nossa frente, e a cor alaranjada se tornava cada vez mais fraca, a visão polida da floresta ia se esvaecendo, deixando tudo escuro. Enormes sequóias se reuniam em Ardis. Ao redor delas, se amontoava muito mato, e com isso, a cada passo que eu dava, sentia como se o chão estivesse engolindo os meus pés.
Apesar da pouca claridade, dava para ver uma neblina densa entrelaçando-se entre as árvores de raízes grossas cobertas por musgo verde. Não havia nenhum tipo de barulho, era como se o lugar estivesse completamente deserto, e conforme o tempo ia passando enquanto estávamos perâmbulando sem saber exatamente para onde ir, eu já me sentia mais tranqüila achando que o lugar talvez estivesse vazio, sem representar nenhum perigo.
Aelle mantinha uma expressão de indiferença no rosto, como se ser atacado ou não por uma serpente traiçoeira fosse algo irrelevante. Tirando o fato de sua espada de cristal estar firmemente empunhada nas mãos, eu me recusava a acreditar que ele não estava nem um pouco apreensivo. Nerian vinha ao meu lado, seus olhos violetas pareciam brilhar no escuro ao perscrutar cada detalhe a nossa volta. Ele sempre se achava no dever de proteger quem estivesse com ele, e como líder de Quartzo, devia saber desempenhar tal responsabilidade.
O pelo caramelo de Kayne brilhava no escuro, contrastando com o pelo negro e prateado de Edric, enquanto Kayne estava montado sobre o lobo, que andava vagarosamente mais a frente, liderando a expedição por Ardis. Éramos uma espécie bem distinta de grupo, formada por um lobo misterioso, um garoto semigato de pelos ouriçados e medroso, e três anjos, sendo que um de nós era Aelle, e eu ainda não conseguia defini-lo em minha mente. Ele instigava a minha curiosidade.
Ao me aproximar dele para ouvi-lo pensar, com o ruído das folhas abaixo de meus pés, ele me fitou de imediato com seus belos olhos azuis, firmes sustentando o meu olhar. Senti imediatamente constrangida por ter sido tão descuidada alertando-o de minha aproximação que até senti o sangue quente invadir minha face. “Vai me atacar?”ele perguntou em minha mente. Franzi o cenho indignada, como ele poderia pensar que eu iria atacá-lo pelas costas e ainda mais em um lugar destes, é sem duvidas ridículo.
– Tem como você andar mais rápido. – arfei e passei a sua frente como se estivesse com pressa.
Nerian surgiu logo atrás de mim, e ao passar por Aelle, esbarrou propositalmente nele, tirando-o do caminho. Aelle franziu o cenho mais não disse nada, em voz alta. “Qual é o problema dele? Ele é um guarda-costas ou um irmão mais velho dela por acaso?!.” O lobo que trazia Kayne em suas costas, veio e se juntou a mim e a Nerian, e eu tive a impressão de tê-lo visto rindo disfarçadamente da situação. Aelle ficou parado lá atrás, sozinho e claramente confuso. Arrependi-me de imediato por querer ir à frente, se bem que foi por impulso, mas mesmo assim uma má idéia.
Mais alguns passos e comecei a sentir vários pulsares se aproximando lentos e silentes. Parei, pela força em que as artérias se contraiam, pois pude perceber que eram artérias maiores do que podia imaginar. Trêmula hesitei a dar um passo a frente, era uma questão de tempo para que chegassem até nós. Nerian parou em minha frente e sacou uma adaga em cada mão, e esperou.
Matando um anjo
Saindo do salão de espelhos, segui direto por um corredor largo e comprido, mas logo Lisimba se apressou a passar à minha frente.
– Eu lhe mostrarei o caminho.
Não questionei, afinal de contas nem sabia exatamente para onde estava querendo ir naquele momento. Andamos por um corredor sombrio, de pouca claridade que era certamente o lugar mais frio que estive dentro dessa prisão, pois até mesmo para respirar ficou difícil com o ar sendo tão gelado. As paredes maciças de gelo eram lisas e de um azul celeste homogêneo.
O leão que ia à minha frente desfilava pomposo e exuberante, me dando as costas, como se estivesse querendo me induzir a achar que ele confiava em mim. Mas em momento algum havia pedido votos de sua confiança. Aquela criatura talvez fosse mais esperta e traiçoeira do que eu pudesse ter imaginado. Não entendi por que ele havia me contado tantas coisas, não poderia ser pelo simples prazer de satisfazer minha curiosidade, pois nem nos conhecíamos, ele não sabia quais eram os meus futuros planos, da mesma maneira que eu não conseguia imaginar quais seriam os dele. E isso me preocupava bastante.
No meio do corredor sou obrigada a desviar a atenção de Lisimba para as paredes de gelo maciço. Sufoquei um grito na garganta, evitando demonstrar qualquer reação a não ser indiferença diante do que via. Presos dentro das paredes, haviam luzidos e lúridos. Cruelmente mortos. Todos com os olhos arregalados, o semblante de seus rostos congelados era de puro desespero, espanto e medo. As asas estendidas, o modo como os corpos estavam posicionados era em forma de defesa, como se quisessem se proteger de algo, alguma coisa capaz de apavorá-los infinitamente. Havia também semigatos, ninfas, lobos e até mesmo serpentes monstruosas. Todos mortos e sangrando em algum ponto. Mas haviam outros seres que me intrigaram, pareciam anjos mas sem asas parecendo seres fragilizados.
– Quem são eles? – perguntei parando em frente das criaturas semelhantes a nós anjos, mas sem aparentar ter qualquer tipo de poder.
– Humanos! – Lisimba disse virando-se para mim.
– Onde fica a urbe destes seres que eu nunca os vi e nem ouvi falar, “humanos”… – Olhei dentro dos olhos vermelhos do leão, que me contemplavam divertidos.
– Eles não são de Carbert, não há como você os tê-lo visto por aqui – ele deu um risinho baixo ao continuar – Eles são de outra dimensão, uma das diversas que existem no universo, – Lisimba se virou para a parede de mortos congelados e a admirou por um momento – Aqui tem lúridos, luzidos, semigatos, ninfas, serpentes, ou seja, as espécies mais fortes de Carbert. – ao dizer isso o leão levantou uma das patas e estendeu uma garra afiada passando-a no gelo como se fosse um dedo que apontava para algo – Mas há também, humanos – ele apontou para uma das criaturas frágeis – …Lemurianos – sua garra deslizou até onde estava uma mulher de longos cabelos cinzas e vestes longas com os olhos fechados, parecendo serena e calma – …Atlantis – ele disse ao continuar deslizando a garra até um homem de traços severos no rosto, vestido como um guerreiro. Ele era alto, muito alto mesmo, e segurava um tritão enorme na mão direita, e um escudo quebrado na mão esquerda. – São criaturas com as quais coexistimos.
– Como assim? – eu ainda olhava admirada para os seres congelados.
– Eles vivem através desses portais que eu protejo.
– Você os protege? – Oh céus, então como eu suspeitava Atalaia é centro de tudo isso.
– Sim, com minha própria vida – Lisimba se virou de costas ao continuar a andar inclinando com a cabeça para que eu o seguisse – O único jeito de conseguirem abrir esses portais, é me matando.
– Do que adiantaria matar você se não souberem onde os portais estão? – arrisquei, esperando sinceramente que ele não percebesse minha intenção por trás da pergunta.
– Como eu disse, eu os protejo com a vida – ele disse quando nos aproximamos de uma enorme sacada congelada. – Ninguém além de mim tem acesso a eles. – ele parou observando algo lá em baixo. Eu precisava encontrar uma maneira de descobrir em que lugar naquela prisão, aqueles portais estavam escondidos. Mas não sabia como fazer o leão me contar!